Crédito: Seeb São Paulo

Seeb São Paulo Uma audiência no Ministério Público do Trabalho (MPT) de Osasco reuniu representantes do Sindicato dos Bancários de São Paulo e do Bradesco por conta de uma investigação sobre a ligação entre metas abusivas, condições de trabalho e os índices de adoecimento mental entre os bancários. A reunião, convocada pelo MPT, aconteceu na segunda-feira, dia 14.

Estão sendo avaliados os muitos casos de não emissão de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) pelo Bradesco em situações nas quais a lei determina esse procedimento e também de demissões de bancários comprovadamente adoecidos por conta das condições de trabalho.

"O banco se aproveita de brechas na lei para demitir lesionados, e faz isso com base em exames periódicos antigos, realizados até três meses antes. O Bradesco demite apesar de ter total conhecimento da situação de saúde desses bancários, uma vez que o RH do banco tem atestados e exames comprovando os problemas", diz a advogada Maria Leonor Souza Poço, assessora jurídica da Secretaria de Saúde do Sindicato, que participou da audiência.

O processo no MPT de Osasco, cindade onde fica localizada a Cidade de Deus, concentração do Bradesco que tem mais de 8 mil bancários, foi iniciado em 2007 como procedimento administrativo. O recolhimento de indícios que reforçaram a tese da ligação entre os níveis de adoecimento e as metas abusivas fez o processo evoluir para a classificação de inquérito civil.

"Esperamos que o próximo passo seja a evolução para uma ação civil pública ou termo de ajuste de conduta, quando o banco terá de adotar medidas para mudar esse quadro alarmante que hoje se verifica dentro de suas dependências", diz Leonor.

Banco nega

Apesar das evidências, o Bradesco não reconheceu as denúncias de irregularidades durante a audiência. Os procuradores anunciaram então a convocação de peritos e assessores do Sindicato e do banco para apresentarem novas provas, em data ainda a ser definida.

"Para nós será fácil reunir mais provas, pois bancários do Bradesco nos procuram diariamente para denunciar irregularidades", diz o secretário de Saúde do Sindicato, Walcir Previtale.

Fonte: Seeb São Paulo

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