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Comando Nacional cobrou atendimento da pauta específica de reivindicações

Passados os dois dias de negociação, na sexta-feira (23) e segunda-feira (26), em duas cidades diferentes (Salvador e Fortaleza), apesar das diversidades de tempo e local para discutir a pauta específica de reivindicações da Campanha Nacional 2013, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) não apresentou avanços significativos para os funcionários.

Durante os dois dias, o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT e assessorado pela Comissão Nacional dos Funcionários do BNB (CNFBNB), defendeu as reivindicações aprovadas no XIX Congresso Nacional dos Funcionários do BNB e debateu especialmente saúde e previdência, segurança, condições de trabalho, emprego e remuneração.

Na quinta-feira, houve debate das demandas sobre saúde, previdência, segurança e condições de trabalho. O BNB apenas escutou a representação dos funcionários, não registrando avanços nas negociações. O banco manteve a mesma postura em Fortaleza, na segunda-feira, quando foram debatidas as propostas referentes à remuneração.

O BNB apenas se posicionou sobre a questão da segurança, silenciando sobre as demais reivindicações. Os representantes do banco apresentaram um relatório, onde mostraram que o BNB está cumprindo as determinações legais. “Mas sabemos que existem agências onde a segurança está falha, como em relação aos biombos, por exemplo”, apontou Tomaz de Aquino, coordenador da CNFBNB.

Segundo Carlos Souza, vice-presidente da Contraf-CUT, as reivindicações sobre segurança visam a prevenção contra assaltos nas agências, principalmente no interior do Nordeste. O Comando pleiteou a instalação de uma mesa temática de segurança para debater esses assuntos.

Além disso, os dirigentes sindicais apresentaram reivindicações referentes à isonomia de tratamento; despesas com transporte; vale cultura; ampliação da bolsa educação e da licença-paternidade; isonomia entre funções (atribuições similares com remuneração diferenciada); efetivação da função (que reflete num processo seletivo mais transparente com predominância de critérios mais objetivos); incorporação de função; curso de formação bancária com cursos mais voltados para a área de fomento, entre outras.

Saúde e previdência

O Comando fez uma avaliação geral sobre a Camed e a Capef e reivindicou a eleição de diretores executivos nos planos, além de uma maior participação da empresa. O banco, por sua vez, não acatou, afirmando que não tem ingerência sobre esse assunto.

“É preciso revisar o plano BD para atualizar os valores, pois muita gente não está se aposentando pela Capef e continua trabalhando, mesmo recebendo o benefício do INSS”, afirmou Tomaz.

Emprego

Foram reivindicadas mais contratações e o fim do processo de terceirização. Até 2016, o BNB está autorizado a ampliar seu quadro funcional para 7.150 trabalhadores. Porém, a representação dos bancários alertou que, diante da crescente demanda nas agências, esse número deveria subir para 10 mil ou 12 mil, no mínimo.

“O banco tem atualmente 6.320 funcionários. Então, falta menos de mil pessoas para chegar à meta e esse número está muito aquém das atuais necessidades das agências. O número insuficiente de funcionários gera uma série de problemas, como péssimas condições de trabalho, extrapolação de jornada e trabalho nos fins de semana”, explicou Tomaz. Ele cobrou do banco o fim da burla do ponto eletrônico e do não pagamento de horas extras. “O BNB diz que não orienta essa postura, mas nós recebemos todos os dias esse tipo de denúncia”, disse.

“Queremos contribuir para o crescimento do BNB e essas reivindicações pela convocação dos concursados, mais funcionários, fim das terceirizações são fundamentais para o fortalecimento do banco como fomentador do desenvolvimento regional”, salienta Carlos Souza.

“O banco precisa ocupar o serviço do Credi e Agroamigo com funcionários concursados. É um absurdo que hoje o serviço seja feito por uma Ocip e com um número de contratados quase igual ao efetivo do banco. Isso é terceirização, usando inclusive a estrutura do banco e a logomarca”, denuncia Carlos Souza.

Como resposta às reivindicações por mais contratações, a direção do BNB informou apenas que deve convocar em breve 20 engenheiros (civil e mecânico), além das convocações para compor o quadro de 7.150 funcionários até 2016.

“Claro que a convocação desses engenheiros é importante, pois há muito tempo não se contratava funcionários de quadro técnico. Entretanto, é necessário chamar também os engenheiros agrônomos, pois um banco que tem como missão a promoção do desenvolvimento regional. Todavia, esse número de convocados fica aquém das necessidades da instituição”, analisa o vice-presidente da Contraf-CUT.

Revisão do PCR

Após cobrança das entidades sindicais, o BNB afirmou que tem interesse em revisar o PCR e deve ampliar no número de níveis, de acordo com estudo da comissão paritária sobre a revisão do PCR finalizado em 2010. O banco pretende reativar a comissão e, após analisar novamente o estudo, deve enviar a proposta ao Dest.

Carlos Souza aponta que “a implantação do novo projeto de PCR é fundamental para os trabalhados do BNB nessa campanha e, se for necessário, intensificaremos as mobilizações para avançar no tema”.

PLR Social

Os trabalhadores reivindicaram que o pagamento da PLR Social, que hoje corresponde a 3% do lucro líquido do Banco, seja ampliado para 5%. O banco informou que esse índice é determinado pelo governo federal, mas vai encaminhar a proposta dos bancários.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb Ceará