A valorização foi uma das conquistas que a CUT e as demais centrais sindicais conseguiram assegurar com as Marchas da Classe Trabalhadora – A partir deste domingo, dia 1o de fevereiro, entra em vigor o novo salário mínimo, de R$ 465. O valor representa um reajuste de 12,05% sobre os atuais R$ 415, garantindo, assim, um aumento real de 5,7% acima da inflação. A valorização do salário mínimo foi uma das conquistas que a CUT e as demais centrais sindicais conseguiram assegurar com as Marchas Nacionais da Classe Trabalhadora, que têm sido realizadas todos os anos, desde 2004.

“A marcha do final do ano já virou uma tradição importante e entrou definitivamente para o calendário sindical. Nas primeiras edições, nossa pauta estava mais focada na valorização do salário mínimo. E conquistamos. No final de 2006, o governo fechou um acordo com as centrais para definir um cronograma de aumento para o mínimo até 2010. A cada ano, a marcha tem ampliado as conquistas e os trabalhadores têm conseguido colocar suas demandas na ordem do dia, com uma pauta que também interessa a toda sociedade brasileira”, explica Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato.

Na semana passada, a CUT e outras centrais se reuniram com o presidente Lula para garantir o novo valor do mínimo e o respeito ao acordo firmado entre o governo federal e a representação dos trabalhadores. O presidente confirmou e deve anunciar oficialmente o reajuste em cadeia de rádio e televisão no domingo que vem (dia 1o). “O governo manteve o acordo, apesar de pressões políticas que o Executivo vem sofrendo para refrear o reajuste, principalmente dos empresários e parlamentares que os representam”, comenta Marcolino.

O presidente do Sindicato lembra que a luta pela valorização do salário mínimo já conseguiu, com o novo reajuste, mais do que dobrá-lo nos últimos seis anos. “Em 2003, o mínimo estava em R$ 220. Com nossa luta conseguimos elevá-lo para R$ 465 em seis anos. É uma conquista importante não só para quem ganha menos, mas para todo o Brasil, já que o salário mínimo vem impulsionando os rendimentos do trabalhador”, diz.

De 2003 a 2008, o rendimento médio do trabalhador teve incremento de 11,3%. Há cinco anos, a média era de R$ 1.132,13, e no ano passado, atingiu R$ 1.260,24. “Ainda estamos longe do salário mínimo ideal proposto pelo Dieese. O trabalhador brasileiro deveria receber R$ 2.014,73 para suprir suas necessidades básicas e da família. Mas ainda temos um longo caminho de lutas pela frente e vamos conseguir chegar lá”, garante Marcolino.

Fonte: SEEB – SP / Fábio Jammal Makhou