O banco PanAmericano teve um lucro líquido de R$ 39 milhões no primeiro trimestre deste ano, superior aos R$ 2,89 milhões de igual período de 2012. Mas não é exatamente isso o que José Luiz Acar Pedro, presidente do PanAmericano, mais comemora neste momento.

No balanço, é um pouco mais acima que o executivo concentra sua atenção. Pela primeira vez depois de dois anos, as atividades do PanAmericano propriamente voltaram ao azul. De janeiro a março, o banco teve um resultado operacional positivo de R$ 66,8 milhões. Isso significa que, sem a ajuda de ativos fiscais, o PanAmericano deu um salto de resultado.

Desde a descoberta de um rombo de R$ 4,3 bilhões, em 2010, mesmo tendo registrado lucros esporádicos, o resultado operacional do PanAmericano se mantinha no vermelho, cenário que obanco não espera ver no futuro. “Temos de andar para a frente”, diz Acar, que entrou no bancoem fevereiro de 2011, depois de o BTG Pactual se tornar sócio da instituição.

Alguns fatores têm colaborado para a recuperação. Os desembolsos de crédito estão acelerando. A carteira expandida – que inclui títulos privados – atingiu R$ 14 bilhões em março, com um crescimento de 1,8% na comparação com dezembro e de 37,5% ante março de 2012. Desse total, R$ 13 bilhões são próprios, não cedidos a terceiros, o que representa alta de 56,5% em 12 meses. “O banco continuará com a estratégia de crescer na originação”, afirmou Acar.

Ao mesmo tempo em que voltou a crescer, a qualidade dos ativos também melhorou. Com isso, as despesas com provisão para devedores duvidosos encolheram: R$ 307,7 milhões no primeiro trimestre, contra R$ 341,1 milhões no mesmo intervalo de 2012. A avaliação de Acar é que obanco já está em condições de voltar a crescer em um ritmo de “normalidade”.

O custo de captação, despesa importante no balanço, vem se tornando menos pesada. Tendo como sócios o BTG Pactual e a Caixa, o funding do banco tem se tornado mais barato. Para gerar lucro, porém, o PanAmericano ainda deve depender da venda de carteiras de crédito para terceiros. É algo que, segundo Acar, ainda deve ser necessário ao longo deste ano. “Até o bancoconseguir gerar uma carteira própria que dê mais resultado, teremos de fazer isso. Mas sempre vamos deixar que o saldo que está no balanço do PanAmericano cresça.” No primeiro trimestre, as cessões somaram R$ 1,4 bilhão.

Fonte: Valor Econômico

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