Crédito: Seeb São Paulo
Seeb São Paulo Os funcionários do SP1 e SP2, concentrações do Santander onde funciona o setor de call center em São Paulo, não têm respeitada a pausa de 10 minutos para descanso a que têm direito, durante as seis horas de expediente. A diretoria conta esse tempo como limite para idas ao banheiro. Dirigentes do Sindicato protestaram nesta sexta-feira 5, em frente ao SP1, e na quinta 4, no SP2, contra essa arbitrariedade do banco.

“Além de não cumprir a pausa, a direção do call center faz ainda pior: destina esses minutos para ida ao banheiro e, caso o trabalhador ultrapasse os 10 minutos no banheiro, é penalizado pelo gestor”, denuncia a diretora do Sindicato, Carmen Meireles.

Segundo o diretor do Sindicato, Marcelo Gonçalves, em reunião com os representantes dos trabalhadores, o RH do banco assentiu e afirmou que essa pausa de 10 minutos é obrigatória e que as idas ao banheiro não podem ser controladas. “Ainda assim, não é o que as gestões do SP 1 e 2 fazem.”

Ambulatório

Outro problema é que os gestores têm proibido idas aos ambulatórios dos prédios. “Eles mesmos se encarregam de buscar remédios, sem que esse trabalhador seja avaliado pelo médico”, relata Carmen.

Atitudes como essa, de acordo com a dirigente sindical, contribuem para o adoecimento dos bancários. “Eles não podem descansar, são controlados nas idas ao banheiro, pressionados para cumprir metas, ameaçados de demissão e assediados moralmente”, critica.

“Durante o protesto recebemos mais denúncias. No setor de Alta Renda do SP1, 50 bancários e bancárias com cargos de gerente são divididos num sistema chamado ‘quartil’, que compreende classificações de A a D, onde A são os que vendem mais e D os que vendem menos e estes são expostos a situações constrangedoras, claramente de assédio moral”, conta Carmen.

Ela informa que em dezembro a meta individual para crédito nesse setor era de R$ 300 mil, mas hoje já saltou para R$ 1,6 milhão; a meta para cartão de crédito era de R$ 35 mil no final de 2012 e agora é de R$ 88 mil. “Além disso, eles trabalham em períodos de oito horas por dia e também só podem ir ao banheiro uma vez pela manhã e outra à tarde.”

Sem sala para descanso

Outro problema, este no SP 2, é a falta de sala de descompressão para os bancários de fato descansarem na pausa de 10 minutos. “O banco não tem respeitado a pausa, mas ainda que siga a norma, os funcionários não têm onde descansar porque não há sala de descompressão no SP2, similar à que existe no SP1. Essa já foi uma demanda da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e o Sindicato também está cobrando”, informa Marcelo.

“Mais uma vez confirmamos os abusos cometidos no call center e a falta de respeito a esses trabalhadores. O Santander tem de respeitá-los!”, conclui Carmen.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo