O HSBC concluiu ontem uma emissão recorde de direitos de subscrição de ações de 12,5 bilhões de libras (US$ 18,7 bilhões), depois que um número surpreendente de investidores subscreveu as novas ações. No total, 97% dos investidores subscreveram as ações, ao preço de 254 pence, e os papéis restantes foram vendidos no mercado aberto.

A venda das 173 milhões de ações restantes, que foi coordenada pelo Goldman Sachs e JP Morgan Cazenove, e concluída na segunda-feira conseguiu preço com um ágio de 13,5 pence sobre o preço de fechamento da ação na sexta-feira, de 434,5 pence.

A oferta é a maior já feita no Reino Unido, fazendo sombra à emissão de 12 bilhões de libras (US$ 17,7 bilhões) feita pelo Royal Bank of Scotland (RBS) no ano passado, reforçando a percepção de vitalidade do maior banco do Reino Unido, comparado aos problemas que enfraqueceram seus concorrentes.

O sucesso da operação já era amplamente esperado. As ações do banco já se valorizaram quase 25% desde que a oferta foi anunciada, no começo de março. Ontem, elas subiram mais 4%, para 453,5 pence. Elas agora acumulam uma valorização de quase 50% desde o lançamento da emissão de direitos de subscrição, no começo do mês passado.

As ações do HSBC listadas em Londres registram queda de 49% em relação ao nível do mesmo período do ano passado, mas isso é bem menos que a queda de 92% da ação do RBS, ou os 65% da ação do Barclays.

As ações do HSBC negociadas em Hong Kong subiram mais de 5% ontem, para o maior patamar em cinco semanas. A ação fechou a 52,05 dólares de Hong Kong e já subiram 70% desde que atingiram o ponto mais baixo de 30,55 dólares de Hong Kong, antes do anúncio da emissão de direitos de subscrição.

Os recursos captados serão usados no fortalecimento das relações de capital do banco em cerca de 1,5 ponto porcentual cada. O nível de sua relação de capital acionário vai subir para 8,5% e sua relação "Tier 1" para 9,8%.

"Isso reforça nossa determinação em manter a solidez financeira do HSBC que é sua assinatura", disse Stephen Green, presidente do conselho de administração do HSBC, em um comunicado que confirmou a alta procura pelas novas ações.

"Continuamos confiantes de que o HSBC está bem posicionado no cenário atual e que nossa força leva a oportunidades."

O HSBC anunciou lucro antes dos impostos de US$ 9,3 bilhões para o ano passado, apesar da baixa contábil de US$ 10,5 bilhões relacionada a bens intangíveis ligados às suas operações no varejo nos Estados Unidos. No entanto, os lucros foram menos da metade dos de 2007.

Fonte: Valor Econômico / Jennifer Hughes, Financial Times