6o_congresso_brasilia.jpg

Crédito: Seeb Brasília

6o_congresso_brasilia.jpg
Aumento real de 5%, adoção do piso do Dieese (estimado em torno de R$ 2.200), extensão da PLR a todos os afastados por licença-saúde, fim da terceirização e a regulamentação do Sistema Financeiro Nacional. Essas são algumas das prioridades definidas no 6º Congresso dos Bancários de Brasília, realizado pelo Sindicato no sábado, dia 17, e que serão agora levadas para debate na 12ª Conferência Nacional, que ocorre entre os dias 23 e 25 de julho, no Rio de Janeiro, para definir a estratégia e as reivindicações da categoria. No encontro, também foram eleitos os 24 delegados que representarão os bancários de Brasília na Conferência.

O evento aconteceu no Teatro dos Bancários, na sede da entidade, e contou com a participação de bancários de todos os bancos, públicos e privados. Assim como o Ciclo de Palestras que o precedeu, na quinta e sexta-feira, o 6º Congresso foi transmitido em tempo real pela página do Sindicato na internet.

"O objetivo do encontro foi realizar uma discussão ampla da nossa Campanha Nacional, já que as particularidades de cada banco foram discutidas em outras ocasiões. Levaremos agora à Conferência Nacional os posicionamentos de Brasília, além de propostas de táticas para a Campanha", afirma Rodrigo Britto, presidente do Sindicato. "A hora é de mobilização, e os bancários devem se manter atentos para o calendário e as atividades da campanha, que está começando".

Análise de conjuntura

O Congresso teve início logo pela manhã, com exposição e debate sobre conjuntura política e econômica. Responsável pela análise da conjuntura econômica, o coordenador do Dieese no DF, Clóvis Scherer, ressaltou a oposição entre as perdas acumuladas nos últimos dois anos pelos países centrais do capitalismo e o bom momento pelo qual passa a economia brasileira e lembrou a melhora na situação do emprego formal e da distribuição de renda.

"Há um consenso entre os analistas de que o crescimento do PIB deve ficar próximo de 7% este ano. Sendo assim, a produtividade da economia deve fechar o ano com um aumento de cerca de 3%. Se quisermos elevar a fatia dos trabalhadores no total do ‘bolo’ das riquezas produzidas, é forçoso elevar o aumento real dos salários acima destes 3%", sugeriu.

Em sua análise da conjuntura política, a deputada distrital e bancária Erika Kokay detalhou a situação política peculiar do DF. Apesar de possuir o maior orçamento público anual (de 21 bilhões de reais) dentre todas as unidades da federação e a maior renda per capita, o DF acumula, segundo ela, os piores indicadores na cobertura de saúde da família e de atendimento odontológico, entre outros.

"Isso acontece devido à falência do estado no Distrito Federal. Nos últimos anos, o GDF deixou de ser público e se tornou uma atualização das capitanias hereditárias, nas quais o governante é também o ‘dono’ da coisa pública. Há muitos anos que o GDF passou a ser loteado entre os apoiadores dos nossos governantes, dando margens a situações absurdas, como os contratos esdrúxulos com empresas privadas e a indicação de pessoas sem a menor qualificação para o exercício de funções de chefia", justificou, ilustrando sua argumentação com novas informações das investigações da operação Caixa de Pandora.

Participação

O 6º congresso contou também com a participação de Paulo Estevão, bancário do Banco do Brasil da cidade de Goiânia, que se deslocou até Brasília para participar do Ciclo de Debates e do 6º Congresso, na condição de observador. "Em nossa cidade, a luta bancária está muito menos desenvolvida que aqui em Brasília. Para mim, é uma oportunidade privilegiada comungar de toda essa rica discussão, e ver a potencialidade que o movimento sindical bancário pode atingir", frisou.

Moções de repúdio

Além de um manifesto que faz uma reflexão sobre o papel do Banco do Brasil na economia brasileira, o 6º Congresso também aprovou duas moções de repúdio. Uma relativa ao processo de discriminação na implantação do PFG na Caixa aos empregados: do Reg/Replan não saldado; com ações judiciais sobre redução de jornada; e dos grupos de funções não contemplados, como analistas, consultores, líderes de projeto, gerentes de mercado A. E outra contra a postura autoritária da direção do Banco do Brasil de descumprir o prazo de implantação do plano odontológico, o que demonstra falta de disposição para discutir os critérios de comissionamento e descomissionamento, bem como as alterações necessárias para que os funcionários sejam valorizados num novo PCCS.

Veja as propostas aprovadas:

 Inflação do período mais 5% de aumento real.
 Piso do Dieese (cerca de R$ 2.200).
 Elaboração de estudo sobre o perfil do bancário.
 Negociar projeto de prevenção e promoção da saúde, com a participação do Sindicato na elaboração e fiscalização.
 Negociar a redução das taxas de juros e ampliação dos prazos em reestruturação de dívidas de funcionários.
 Contratação e regulação de toda a remuneração variável.
 Constar em cláusula o compromisso dos bancos de não terceirizar as atividades bancárias.
 Cobrar dos candidatos ao governo a regulamentação do sistema financeiro nacional e a manutenção dos bancos públicos e do seu papel social.
 Mobilizar todos os trabalhadores pelo fim da discriminação contra os bancários vítimas de doenças ocupacionais, abordando a temática do assédio moral.
 Incentivar a criação de grupos de apoio ao bancário adoecido em todos os sindicatos filiados à Contraf-CUT.
 Incluir no calendário de campanha um dia de luta para denunciar os problemas de saúde e segurança na categoria.
 Cobrar o pagamento da PLR a todos os bancários em licença-saúde, independentemente do prazo de afastamento.
 Transversalizar o debate da campanha não só com questões sobre gênero, raça e diversidade, mas também envolvendo a precarização das condições de trabalho dos funcionários terceirizados
 Nas negociações da Caixa, observar as peculiaridades da implantação do PFG, que dividiu os trabalhadores e criou verbas como a "APA" e extinguiu cargos.
 Defesa do BRB como banco público.
 Fortalecer a mesa temática de saúde do trabalhador com a Fenaban
 Buscar negociação banco a banco para a efetiva implantação do programa de reabilitação profissional constante da cláusula 40 da CCT – 2009/2010.
 Realização de estudo sobre saúde mental x trabalho no ramo financeiro com corte de gênero, raça, orientação sexual e PCD.

Fonte: Seeb Brasília

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *