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Crédito: SEEB Florianópolis e Região

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Mais de 150 bancários do Estado de Santa Catarina marcaram presença no sábado, dia 17 de julho, na 12ª Conferência Estadual da categoria, realizada em Florianópolis e convocada pelos sindicatos filiados a FETEC/CUT-SC. Mais do que apontar os rumos da categoria na Campanha Nacional 2010, o evento reforçou a união de forças políticas no estado em prol da luta dos trabalhadores bancários catarinenses e apontou os principais pontos a serem defendidos na campanha deste ano.
 

Dentre as deliberações da Conferência destacam-se a luta pela valorização do piso do trabalhador (DIEESE), redução de metas com mais contratações, isonomia, auxílio doença, plano de saúde e reajuste de 17% à 18%, prevendo perdas e variação pelo INPC.

Pela manhã, os bancários acompanharam uma palestra sobre conjuntura do sistema financeiro com o professor e doutor da USP, José Nicolau Pompeu. Ele destacou que com a redução da mais valia há um aumento no desemprego. Dessa forma a concorrência, que antes era disputada entre os capitalistas, passa para os trabalhadores. É dessa forma que o Capital reduz custos e aumenta o lucro.

O professor Pompeu também ressaltou a acelerada rotatividade dos profissionais no mercado para que o Capital reduza custo de produção. Pompeu frisou durante toda a palestra que quem produz riqueza é a classe trabalhadora e que avanços em termos de igualdade e justiça social "só são possíveis em um sistema socialista".

Em seguida, os presentes acompanharam a exposição do secretário de imprensa da Contraf/CUT, Ademir Wiederkehr. Ele apresentou os quatro grandes temas definidos pelo Comando Nacional para a Campanha 2010: emprego, remuneração, saúde do trabalhador, segurança bancária e sistema financeiro.

O representante da Contraf destacou o combate à terceirização e às metas abusivas, bem como a necessidade de melhorar as condições de saúde, segurança e trabalho.

Ademir e Pompeu afirmaram em suas falas que os bancos têm sonegado informações sobre lucratividade para a classe trabalhadora, mascarando assim as reais possibilidades de percentual nas negociações de participação dos lucros e no reajuste do salário dos bancários.

A segunda parte da Conferência, no período vespertino, iniciou com a fala de representantes de forças políticas presentes no evento. Marcaram presença nesse momento os representantes das centrais sindicais e das correntes políticas do movimento sindical bancário.

Após a exposição dos componentes da mesa foi dado seqüência aos trabalhos com a formação de grupos por eixo de campanha, cujas propostas foram apresentadas depois ao plenário:

Grupo 1 – Remuneração

– Piso da categoria: conforme o DIEESE, R$ 2.100,00.
– Isonomia nas carreiras do bancário.
– Índices de reajuste: 17,5% a 18,87%.
– É importante a PLR, mas não como determinante de uma campanha salarial.
– PLR: desvinculação da data base; distribuição linear (no mínimo 20% e no máximo 30% do lucro apurado); data de apuração e distribuição da PLR semestral (quando da apuração dos resultados dos lucros dos bancos e na distribuição aos acionistas).
– Não contratação da remuneração variável nas negociações salariais.
– Não desconto dos dias parados dos dias de greve.
– A existência de planos de cargos e salários em todos os bancos.

Grupo 2 – Emprego

– Jornada de 6h com 15min de pausa, dentro da jornada.
– Defender o emprego formal com os direitos da CCT para toda a categoria. Exemplo: correspondentes.
– Transporte de valor com a segurança necessária.
– Vale alimentação e refeição na licença maternidade e afastamento no tratamento de saúde e plano de saúde na aposentadoria.
– Garantia de emprego e treinamento nos processos de fusão.
– Contratação de 5% de reabilitados e deficientes por região ou estado.
– Na CCT, ratificação da convenção 158 OIT – evitar demissão imotivada.
– Fim da discriminação de ascensão profissional e migração ao PCCS do BB aos empregados de bancos incorporados, adesão a novos planos e quadros de carreira, sem abrir mão de direitos adquiridos.
Exemplo: mudança do Besc para o BB; CEF Reg/Replan não saldada
– Cumprir a CCT anterior. Exemplo: contratações BB e CEF.
– Aumentar o número de trabalhadores nos bancos em percentual de contratação.
– Adicional de periculosidade e risco de vida para todos os funcionários de agências, postos de serviço ou setores de risco (de 30% a 40% do salário).
– Incluir adicional de insalubridade aos caixas executivos, tesouraria e SAA (Sala de Auto Atendimento).

Grupo 3 – Saúde e Condição de Trabalho

– Seguro saúde pago pelo funcionário, que a seguradora seja acionada e pago prêmio quando da emissão da 1ª CAT, COD. 91,
– Auxílio doença. Quando da concessão do auxílio doença, que a estabilidade atual de dois meses quando o retorno seja estendida para 24 meses.
– Auxílio acidente do trabalho, COD 91, que a estabilidade seja estendida até a aposentadoria.
– Plano médico. Cobertura total para todo o tipo de tratamento que o funcionário venha necessitar com reembolso de 10% das despesas médicas, remédios e tratamento inclusive tratamentos alternativos.
Atendimento psicológico sem limite.
– Plano de saúde. Isonomia de tratamento para todo o funcionário residente no interior, caso não seja assistido que seja estendido e contrato assistência a outros Planos (Unimed, etc.) na falta.
– CIPA. Nos locais onde não contemplas a norma segundo a NR5 deverá ser eleito um agente de saúde.
– Assédio moral. Seja acionado o assediador, chefia, superintendentes e diretor juntamente com representante do sindicato e do Ministério do Trabalho.
– Criar Comissão Tripartite para reabilitação do afastado por doença ocupacional com o sindicato, Contraf e INSS equipe multidisciplinar.
– Criar um banco de dados informando quando da admissão do funcionário, o quadro de saúde, onde deverá ser alimentado todos os dados clínicos no decorrer da atividade bancária juntando com o sindicato com o sistema em conjunto com o banco. Integrado apresentando nexo técnico acidente do trabalho e doenças ocupacionais.
– Gestante. Que seja estendido o auxílio vale alimentação e auxílio refeição durante o período pós-gestação.
– Plano vitalício. Constatado acidente do trabalho (COD 91) nos casos irreversíveis que seja concedido pelo banco ao funcionário afastado plano de saúde vitalício e pensão vitalícia.

Grupo 4 – Sistema Financeiro

– Reivindicar junto a Contraf a realização de uma campanha de mídia atacando a imagem dos bancos que atuam na economia brasileira.
– Reivindicar junto a Contraf a organização de um amplo debate acerca do papel do sistema financeiro nacional, visando a realização de um plebiscito e um encontro nacional sobre o tema.
– Lutar para ampliar a representatividade do conjunto dos trabalhadores no conselho monetário nacional.
– Combater a política adotada pelos bancos públicos no tocante aos correspondentes bancários e demais formas de terceirização dos serviços bancários.
– Que a discussão sobre o sistema financeiro seja permanente, e não ocorra somente durante a campanha salarial.
– Pela estatização do sistema financeiro sob controle social dos trabalhadores, a começar pela reversão da lógica privatista vigente atualmente na gestão dos bancos públicos nacionais. Regulamentação do artigo 192 da Constituição já!

As propostas foram todas aprovadas na plenária final por unanimidade. Também foram votadas moções ao Comando Nacional dos Bancários e para os deputados e senadores de Santa Catarina no Congresso Nacional, pedindo a derrubada do veto ao fim do fator previdenciário. As moções também foram aprovadas por unanimidade.

Fonte: SEEB Florianópolis e Região

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