Finalmente, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou ter cancelado o enquadramento da operação de financiamento, pleiteado pelo Grupo Pão de Açúcar, visando à fusão com a rede francesa Carrefour, no Brasil.

A decisão foi tomada na terça-feira, dia 12, pela diretoria da subsidiária do BNDES, a BNDESPar, "frente ao comunicado do Conselho de Administração do Grupo Casino (sócio francês do Pão de Açúcar), rejeitando a proposta de associação entre o Grupo Pão de Açúcar e o Carrefour".

O empréstimo, avaliado em cerca de 2 bilhões de euros, foi solicitado pela Gama 2 SPE Empreendimentos e Participações, representando o Grupo Pão de Açúcar. O banco alegou que não foram atendidas as condições estabelecidas. "Como reiterado em diversas oportunidades, o pressuposto da eventual participação da Bndespar nesta operação era o entendimento entre todas as partes envolvidas".

A operação havia sido duramente criticada pela CUT, no dia 29 de junho, quando se posicionou contra a utilização de recursos do BNDES em empréstimos para fusão de empresas do setor privado. "É preciso ficar claro, de uma vez por todas, que não é papel do BNDES patrocinar negócios bilionários como o que vem sendo discutido entre os grupos varejistas Pão de Açúcar e Carrefour" afirmou o presidente da CUT, Artur Henrique.

"Quem ganha com isso? Qual o beneficio para a sociedade? Essa concentração em verdadeiros monopólios não vai fazer com que os preços aos consumidores sejam cada vez mais elevados?", questionou o dirigente da CUT.

Para a CUT, independentemente de se usar ou não recursos do BNDES, os trabalhadores precisam ser ouvidos sobre qualquer proposta de fusão. "É preciso ter garantia de emprego, de ambiente e condições dignas de trabalho, de saúde e segurança", frisou Artur.

"A CUT defende a transparência e o estabelecimento de formas de controle sobre a gestão dos recursos e mecanismos de aferição dos resultados de todas as operações realizadas pelo BNDES em termos socioeconômicos, como a geração de emprego decente, a democracia nas relações de trabalho e as contrapartidas sociais e ambientais", concluiu o dirigente sindical.

Fonte: Contraf-CUT com Agência Brasil

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *