O maior banco da zona do euro está prosseguindo com um plano de desmembramento de parte de seu braço argentino, o Santander Río, numa listagem no mercado de ações dos Estados Unidos que deverá avaliar a operação em US$ 3 bilhões.

O banco espanhol começou a testar o interesse dos investidores institucionais quanto à listagem, na qual algo entre 15% e 25% do banco serão vendidos para captar entre US$ 500 milhões e US$ 700 milhões.

O Santander já contratou o Bank of America Merrill Lynch e o J.P. Morgan para coordenar a oferta pública inicial de ações, mas vai esperar até a semana que vem para avaliar as condições de mercado, antes de tomar uma decisão final.

As ações dos bancos espanhóis caíram ontem, junto com os papéis de muitos outros concorrentes europeus, por causa das preocupações contínuas com o endividamento soberano do país, e também na expectativa do anúncio de testes de estresse que deverá ser feito nesta sexta-feira.

A ação do Santander caiu 3,1% na segunda-feira, dia 11, para 7,32 euros, enquanto a ação do concorrente BBVA recuou 4%, para 7,22 euros.

O Santander, que já encaminhou pedido à Securities and Exchange Commission (SEC), a autoridade reguladora do mercado de valores mobiliários dos EUA, para a listagem de American Depositary Receipts (ADRs) na Bolsa de Valores de Nova York, pretende usar os recursos captados com a listagem para ampliar sua rede de agências e terminais de atendimento automático na Argentina.

O Santander Río é o maior banco privado da Argentina em termos de empréstimos e depósitos, tendo gerado um lucro de US$ 393 milhões em 2010. Ele representa também o quarto maior negócio do Santander na América do Sul, depois das operações no Brasil, no México e no Chile. A subsidiária detém uma participação de mercado de 9,9% em empréstimos e depósitos, com quase 2,2 milhões de clientes individuais e ativos que somam US$ 8,8 bilhões.

Em 2009 o Santander levantou US$ 7 bilhões com a venda em bolsa de valores de 14% de sua unidade brasileira, naquela que foi a maior oferta inicial do mundo naquele ano. Em 2007 o Santander comprou o Banco Real no Brasil, que pertencia ao ABN Amro, num negócio que dobrou sua presença no país.

O Santander vem sendo amplamente apontado como beneficiado pela crise financeira, pois vem conseguindo ampliar sua presença fora da Espanha e reduzir sua exposição ao problemático mercado doméstico. Até agora, o banco permaneceu relativamente incólume ao colapso do boom da construção e imobiliário da Espanha, que já forçou concorrentes menores a aumentar o capital para reparar seus balanços prejudicados e levou a uma série de fusões entre os bancos privados de poupança do país.

Um plano para a listagem de parte de sua subsidiária britânica, que inclui ativos que já foram controlados pelos bancos Abbey National, Alliance & Leicester e Bradford & Bingley, e adquiridos durante a crise de crédito, também já está pronto para ser anunciado assim que o banco estiver confiante de que conseguirá um preço satisfatório pela unidade.

Fonte: Valor Econômico

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