"Há mais [países] na lista", disse fonte familiarizada com a situação. O banco examina há meses países, segmentos de clientes e produtos a serem cortados, disse a fonte, que preferiu, no entanto, não identificar qualquer dos novos países.
Sean Kevelighan, porta-voz do Citigroup, disse que o banco está concentrado em cidades de maior relevância, com o maior potencial de crescimento, para manter sua divisão de banco de varejo, e que vai continuar a investir em sua área de atuação e a otimizar seus ativos.
O Citigroup é um dos mais internacionais dos bancos americanos. Atende consumidores em 40 países, dos 100 em que tem algum tipo de presença. Qualquer corte deverá representar uma redução da carteira, e não uma reavaliação total do envolvimento do banco com as operações mundiais de varejo.
Fora dos EUA, apenas três países (México, Coreia do Sul e Austrália) respondem por 50% dos empréstimos da empresa ao consumidor, e a presença do banco em muitos outros países é muito pequena.
Os investidores disseram que reduzir as dimensões em alguns mercados faz sentido. "Se a empresa não tem uma presença significativa, não deveria estar lá", disse Mark Mandell, diretor de carteira da Dalton Investments, que tem US$ 1,8 bilhão administrados, entre os quais ações do Citigroup.
Vender agora qualquer dos ativos no exterior será difícil. Outros bancos do mundo inteiro também vêm fechando operações no exterior e pode ser difícil encontrar compradores. O HSBC Holdings, sediado em Londres, por exemplo, vendeu mais de 40 empresas e outros ativos, como carteiras de cartões de crédito, em âmbito mundial desde 2011, mas algumas vezes houve grande dificuldade em obter os preços que queria.
O Citigroup tem, além disso, algumas complicações adicionais. O banco está usando cerca de 50% de seu capital para sustentar ativos não quitados e benefícios fiscais referentes aos enormes prejuízos que registrou durante a crise financeira.
Falando numa teleconferência com analistas e investidores no início deste mês, Corbat disse pretender fazer avaliações regulares sobre "como, onde e com quem" a empresa gera receita, para que o processo de redução de custos seja implantado como algo mais incorporado ao dia a dia, e não como um procedimento extraordinário. Analistas pressionaram Corbat, sem sucesso, a dar mais detalhes sobre os demais países em que poderá se centrar na redução de custos.
Corbat, que anteriormente supervisionava operações da empresa na Europa, Oriente Médio e África, disse que, com o passar do tempo, diretores lotados em diferentes países tendem a se expandir ao assumir negócios tangenciais, e acabam sobrecarregando a empresa com operações irrelevantes e ineficientes. Outros executivos do banco já reclamaram no mesmo sentido no passado.
Uma das alternativas mais radicais discutidas anteriormente por executivos do Citigroup foi desmembrar, como empresa independente, sua divisão Banamex, o segundo maior banco do México, por meio de uma oferta pública de ações no país. As autoridades reguladoras mexicanas provavelmente autorizariam um Banamex independente a operar com menos capital, e isso aumentaria sua lucratividade, disse uma das fontes.
A subsidiária brasileira do Citigroup pretende vender sua divisão Credicard de financiamento ao consumidor, como parte do esforço para se concentrar nas áreas mais lucrativas, segundo informou o Valor. Um representante do Citigroup preferiu não comentar.
Fonte: Valor Econômico / David Henry / Reuters