Correndo contra o tempo para adequar a agência ao padrão do Itaú, o que deve acontecer até a próxima segunda-feira, dia 30, os gestores do Itaú Unibanco ignoraram completamente as condições mínimas para o trabalho bancário. Pó, sujeira, fiação exposta, insegurança e movimentação de trabalhadores da obra estavam fazendo parte da rotina dos bancários da agência do Unibanco.

O Sindicato dos Bancários de Caxias do Sul e Região buscou a administração da agência e exigiu que a mesma fosse fechada enquanto durarem as reformas. A agência é única que ainda opera com a bandeira do Unibanco no município e fica na Avenida Júlio de Castilhos, no centro da cidade.

A direção do Sindicato aguardará a posição da gerência para o restante da semana e tomará as medidas necessárias para garantir as condições de trabalho dos bancários da agência.

O local não apresenta as mínimas condições. O ambiente está mal cheiroso, muito pó, fiação elétrica exposta e muita movimentação dos operários da obra", relata o diretor do Seeb, Arquimedes Ventura De Rocco, que esteve presente no local.

Além das péssimas condições de trabalho, inclusive com muita insegurança, pois a única entrada permitida não tem qualquer dispositivo de segurança, os clientes também sofreram com o descaso da direção do conglomerado. Denúncias feitas no Sindicato revelaram que os clientes foram informados que o sistema das agências do Itaú ainda não reconheciam os clientes do Unibanco. Para piorar a situação, na agência fechada, informavam que a responsabilidade era do Sindicato, adotando claramente uma prática antissindical.

César Viana, corretor de imóveis, enfrentou esse problema e relata como foi informado que não poderia ser atendido em uma agência do Itaú. "A orientação da gerência do Unibanco foi procurar outras agências do Itaú. Porém, no Itaú me informaram que o sistema não estava integrado e que eu só poderia ser atendido na agência em reforma, pois é a única que ainda tem o sistema do Unibanco em toda a Caxias", conta.

Fusão

Muitas outras cidades também tiveram problemas com as reformas que as unidades do Unibanco estão sofrendo, para se adaptarem ao padrão do Itaú. Porém, a fusão trouxe diversos benefícios para as duas empresas e seus altos executivos. O lucro líquido ajustado do banco subiu de R$ 17 bilhões em 2008 para R$ 35 bilhões em 2009.

Da mesma forma, os dividendos dos acionistas aumentaram de 25% para 33% do lucro, e a PLR dos altos executivos passou de R$ 121 milhões para R$ 225 milhões. Para os funcionários, que esperavam ver seu trabalho valorizado, restou a frustração.

Os bancos não cumpriram a palavra dada por seus presidentes, Roberto Setúbal e Paulo Moreira Salles, no início do processo, de que não haveria demissões. Estudo da Contraf-CUT e do Dieese feito com o balanço do banco mostra que o Itaú Unibanco fechou 7.176 postos de trabalho entre 2008 e 2009, indo na contramão da economia brasileira, que criou 995.110 novas vagas.

A diminuição no quadro aumenta a sobrecarga de trabalho dos bancários, que estão sofrendo com a deterioração das condições de trabalho.

Fonte: Karine Endres – Seeb Caxias do Sul

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