Cerca de 100 trabalhadoras da segurança privada de todo o Brasil reuniram-se na quinta-feira (30), em Brasília, e participaram do I Seminário Nacional de Mulheres Vigilantes. Lideranças, parlamentares, companheiros que atuam em defesa dos trabalhadores, um especialista em saúde mental e um especialista em economia e estatística revezaram-se na formação da mesa de debates. A discussão sobre a fixação de cotas para a participação das mulheres vigilantes em postos de serviço foi um dos consensos.

Emocionada, a secretária de Assuntos de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes (CNTV), Regina Perpétua Cruz, falou da importância do evento. "Ele reforça a certeza do crescimento da participação das mulheres na categoria".

Também em lágrimas, uma das organizadoras do seminário, a diretora da CNTV, Sebastiana de Oliveira Santana, lembrou que o encontro era uma grande oportunidade para as mulheres debaterem seus problemas e colherem opiniões. "Estamos plantando uma semente, para que cada uma de nós aqui presente leve à base e multiplique", disse.

O presidente da Confederação, José Boaventura, lembrou que, apesar de serem poucos os estados representados no encontro – apenas Distrito Federal, Paraná, Bahia e Minas Gerais enviaram representantes – estava aberto um espaço essencial para a mulher vigilante. "Tenho a certeza de que quem está aqui hoje assume a responsabilidade de trazer essa discussão para os
vigilantes brasileiras", declarou.

Para Boaventura, se a questão da diversidade não for tratada pelo movimento sindical dos vigilantes, "estaremos vendo a categoria com olhar míope". O presidente da CNTV avalia que a inserção das mulheres em condições de igualdade nos postos de serviço pode mesmo começar pelos bancos.

A deputada federal Erika Kokay, do PT do Distrito Federal, ressaltou a importância de momentos como o seminário para que a mulher saia "de sua posição de invisibilidade". Ela lembrou um projeto que apresentou à Câmara Distrital que fixa cotas para as mulheres vigilantes em postos de serviço. Pela proposta, 30% das vagas seriam reservadas às mulheres. "Esse projeto nunca foi votado", lamentou.

ALGUMAS PROPOSTAS DO SEMINÁRIO

– Incluir cotas de participação de mulheres em postos de vigilância em
todas as Convenções Coletivas de Trabalho;

– estabelecer cota mínima para mulheres nos eventos esportivos previstos para o Brasil – Copa do Mundo e Olimpíadas;

– incluir na negociação global com empresas multinacionais como a Prosegur a cobrança de fim da discriminação contra mulheres em alguns postos de trabalho, como os carros-forte;

– garantia de acompanhamento psicológico constante a trabalhadores e
trabalhadoras;

– realização freqüente de seminários de mulheres vigilantes – não só nacionais mas também nos estados.

Fonte: CNTV

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